O Coronel José Lúcio Ribeiro
foi uma grande liderança política nos municípios de Goianinha, Espírito
Santo, Várzea, Lagoa de Pedras, Passagem, Santo Antônio e Brejinho. No período
de 1949 a 1953 foi Prefeito de Santo Antonio, em 1954 foi eleito Deputado
Estadual, sendo o segundo mais votado e, de 1964 a 1969 foi Prefeito de
Brejinho.
Nascido no dia 28 de Outubro de 1886, uma quinta feira, foi
quando nasceu em Mataraca, povoado de Mamanguape na zona da Mata paraibana um
menino chamado JOSÉ LÚCIO RIBEIRO, filho do casal Lúcio Ribeiro e Rita Maria de
Sena. De origem pobre, ainda menino, teve que ajudar ao seu pai que era
"marchante" e negociava com carnes nas feiras da região de
Mamanguape, no Estado da Paraíba. O meio de transporte utilizado era o
"burro mulo", que tanto servia para montaria como para a condução das
mercadorias.
Com a morte do seu pai
em 1898, JOSÉ LÚCIO RIBEIRO, contando 12 anos de idade, sendo o filho mais
velho do casal e, com o conhecimento adquirido, teve que assumir com a sua mãe
Rita, a responsabilidade de "arrimo de família" e criar os 11 irmãos
mais jovens.. A experiência precoce de trabalhos em busca da sobrevivência lhe
valeu mais tarde, pois, quando adulto seu primeiro trabalho foi como
"marchante - vendedor de carnes" nas feiras da região Agreste do Rio
Grande do Norte, para onde se transferiu da Paraíba, passando a residir na
localidade de Lagoa da Serra, no Município de Nova Cruz.
Da condição de
negociante ambulante de carnes nas feiras livres, JOSÉ LÚCIO RIBEIRO passou a
proprietário rural, chegando a possuir muita terra e a ser dono de engenho de
fabricação de aguardente, tornando-se também, grande liderança política no
Agreste do Rio Grande do Norte, mais precisamente nos Municípios de Goianinha,
Espírito Santo, Várzea, Santo Antônio e Brejinho.
A origem da sua
riqueza, segundo os seus familiares, foi a sua força de vontade e a sua
dedicação ao trabalho.. Mas, na época da sua ascenção como proprietário rural e
de grandes latifúndios de terras, correu a notícia de um fato inusitado e não
comprovado, que ele teria arrancado uma botija($$) no quintal da casa onde
morava em Lagoa da Serra, na região da Lapa, no Município de Nova Cruz, depois
de muita chuva e uma ventania forte ter derrubado uma frondosa árvore de
gameleira, eram muitas moedas de prata e ouro e, que ele teria viajado para
trocá-las em Recife - PE.
Pelos ídos da segunda
metade da década de 40 do Século XX, quando já passava dos 60 anos de idade,
foi quando o "coroné ZÉ LÚCIO" passou a ter participação direta no
processo político do Agreste Potiguar, região da qual ele se tornou o principal
líder político nas décadas de 50 e 60 do Século XX. Em 21 de Março de 1948 foi
eleito Prefeito de Santo Antônio do Salto da Onça, governando o município
agrestêiro por 5 anos, até o final de Março de 1953. No ano seguinte,
1954, o "coroné ZÉ LÚCIO" alçou vôo para a sede do Parlamento
Estadual do RN, tendo sido eleito o segundo Deputado Estadual mais votado da
19ª' Legislatura da República, com 3.419 votos!
Nas eleições de 1958,
hesitou em renovar o mandato de Deputado Estadual na Assembléia Legislativa do
RN, alegando ter poucos conhecimentos e habilidades para com os trâmites das
matérias legislativas e, não pretendia ser "deputado lagartixa" - do
tipo que balançava a cabeça concordando com o que decidiam os demais colegas.
Daí que, no mesmo ano de 1958, decidiu apoiar um substituto para lhe
representar na Assembléia Legislativa do RN - seu amigo e compadre João
Aureliano de Lima, que foi eleito com expressiva votação. E, o "coroné ZÉ
LÚCIO", aceitou o convite para disputar a eleição de Prefeito no Município
de Goianinha, aonde sofreu o seu único "revés político", perdendo a
parada para Adauto Rocha - candidato da poderosa Usina Estivas.
Em 1962, tinha em
planos se eleger novamente Prefeito de Santo Antônio do Salto da Onça, mas
atendeu os apelos do Governador Aluízio Alves e do Deputado João Aureliano para
abrir mão daquele pleito e apoiar seu antigo e tradicional adversário político
Lindolfo Gomes Vidal, para quem, contribuiu decisivamente na apertada vitória
com apenas 85 votos de vantagem contra o então Vereador do Povoado de Serrinha
Zezé de Souza.
Em 1963, após
transcorrido e concluído o processo de Emancipação Política de Brejinho,
concorreu pela última vez em disputa política, tendo sido eleito o primeiro
Prefeito de Brejinho, exercendo o mandato quase totalmente, interrompido em 16
de Janeiro de 1969, quando veio a falecer, faltando apenas 15 dias para
concluir sua jornada na política.
Um de seus filhos,
José Ávila Lúcio Ribeiro, herdou do "coroné ZÉ LÚCIO" a vocação para
o exercício da política e, também, foi Prefeito de Brejinho por um Mandato de 6
anos, de Janeiro de 1983 a dezembro de 1988, e certa vez, encontrou-se com o
velho Pedro Cândido de Araújo (Rôxinho) - antigo amigo e aliado político do
"coroné ZÉ LÚCIO" que, pediu Zé Ávila, faça uma poesia agora
improvisadamente aqui em Santo Antônio em memória do saudoso
"coroné", tendo assim se expressado José Ávila:
"Eu sou filho de
um homem que viveu neste estado
Era amante da política
Grande puxador de gado
Nunca sentiu preguiça
Quando faltava polícia
Ele era o
delegado".
Fonte: José
Lúcio Ribeiro - Sua trajetória de menino pobre a "coronel" do
latifúndio e da
política, Autor: José Alaí de Souza;
Uma História da
AL'RN, Autor: Luís C. Cascudo;
Depoimento de Zé Ávila
Lúcio Ribeiro.
Por Genilson de
Souza - Pesquisador/Historiador